Carlos Francisco Carvalho Falé, conhecido nos meios futebolísticos por Carlos Falé ou simplesmente Falé, nasceu no dia 11 de Junho de 1933 na Vila de Redondo, nome que está relacionado com o Penedo Redondo que existiu no primeiro muramento medieval, a pouco mais de trinta quilómetros de Évora, Cidade onde está radicado há mais de meio século.
Sendo filho de um Oleiro terá sido moldado habilmente como se tratasse de uma obra de arte das extraordinárias e bem conhecidas Olarias da Vila Redondense
Por outro lado confirmou o velho adágio popular "Se queres obra perfeita manda-a fazer de barro em Estremoz, Redondo ou São Pedro do Corval (antiga Aldeia do Mato).
Por isso as suas qualidades foram bem definidas tanto como homem como no que diz respeito às futebolísticas, podendo afirmar-se que foi um dos bons defesas que o nosso País conheceu ao longo dos anos.
Em 1950/51 ingressou no Lusitano Ginásio Clube como Júnior e, ao mesmo tempo como era sapateiro de profissão, nas horas vagas arranjava as botas das várias equipas do clube.
Na categoria de Juniores não chegou a aquecer o lugar, uma vez que rapidamente passou a fazer parte da Equipa Principal, juntando-se dessa forma a jogadores que bem pouco tempo antes eram os seus ídolos.
Convém contudo dizer que na sua vinda para o Lusitano muito contribuiu Domingos Morais o "BESNICA" , um dos fundadores em 11/11/1911 do Lusitano Futebol Clube, nome que foi alterado em 1925 para o actual Lusitano Ginásio Clube e, de Filipe dos Santos, comerciante na Praça de Giraldo, bem relacionado e influente nos meios Lusitanistas.
Como atrás dissémos a acção de Domingos Morais foi preponderante por ser uma pessoa conceituada na Terra e em quem os próprios pais de Falé confiavam por que se assim não fosse talvez tivesse sucedido o mesmo que na época anterior.
É verdade como curiosidade dizemos que um ano antes de ingressar no Lusitano esteve para ser inscrito pelo Juventude, tendo estado inclusivamente durante uma semana em Évora através do Director do Juventude Alberto Forinho, proprietário de uma Barbearia ao cimo da Rua Romão Ramalho onde hoje se situa o Salão de Cabeleireiro Costa e Valente.
Contudo tal não se concretizou pelo facto dos tempos serem diferentes dos de hoje e os seus pais não conseguirem passar sem o seu filho, nomeadamente a sua mãe, pelo que regressou ao Redondo, o que não se verificaria no ano seguinte, pela tal influência de Domingos Morais.
Por vários motivos, em especial devido às Leis do Futebol de então, permaneceu no Lusitano até se transferir para o Grupo União Sport de Montemor-o-Novo, já no final de carreira, o que certamente fez com que não tivesse tido maior projecção quer no futebol nacional como além fronteiras, apesar disso foi Internacional Militar por diversas vezes.
Contudo ainda envergou a Camisola do Sporting Clube de Portugal, O Clube da sua preferência dos chamados grandes do Futebol Português aquando da inauguração do Estádio José Alvalade em 10 de Junho de 1956, defrontando o Clube Regatas Vasco da Gama com vitória dos Brasileiros por 3-2.
Falé tinha sido operado ao menisco na época anterior, tendo sido feita a respectiva recuperação em Lisboa com o conceituado massagista do Sporting Clube de Portugal " O Grande Manuel Marques".
Por isso ter aceite de bom agrado o convite que lhe foi endereçado pelo Clube Leonino, para fazer parte da Equipa, com o aval e autorização do Lusitano, tal como sucedeu com Fernando Cabrita em relação ao Sporting Clube da Covilhã.
Depois de sair do Lusitano jogou duas épocas no União de Montemor-o-Novo conseguindo levar o Clube do Regional à 3ª. Divisão após se sagrar Campeão Distrital da Associação de Futebol de Évora.
Como Treinador apesar de ter sido curta a sua carreira ainda conseguiu ser Campeão Distrital da Associação de Futebol de Évora com "O Calipolense" - Clube Desportivo de Vila Viçosa, na Época de 72/73 com a consequente subida à 3ª. Divisão Nacional.
Posteriormente treinou os Juniores do Lusitano Ginásio Clube, onde deu por finda esta sua carreira futebolística.
Para finalizar dizemos que Falé continua ligado ao Lusitano e, directa ou indirectamente ao Futebol e à Cultura ao preservar a história do Clube , organizando e recuperando todo o espólio que consegue relacionado com o mesmo.
Por isso tem nas instalações do clube um Pequeno Museu que para além do valor material tem um valor estimativo incalculável , a que certamente os seus vindouros não ficarão alheios.
A terminar desejamos que outras pessoas quaisquer que sejam os Clubes ou Associações a que pertençam sigam o seu exemplo.
Exemplo que também se encontra na sua história futebolística ao não ter sido castigado durante as dezasseis épocas que jogou, tendo por isso recebido, entre outras distinções, duas medalhas da Federação Portuguesa de Futebol e uma da Associação de Futebol de Évora.
Também fez parte das Equipas do Lusitano que disputaram cem jogos sem sofrer castigos, sendo atribuída ao Clube a Taça Correcção, que por coincidência foi entregue a Carlos Falé como Capitão de Equipa.
Armando Ribeiro
http://acribeiro.blogs.sapo.pt
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