Alberto dos Santos Alves, conhecido por "Pinelas", nasceu em Évora na Rua da Carta Velha, no dia
1 de Novembro de 1914, pelo que comemora esta Sexta-Feira o seu 99º. Aniversário.
A alcunha de "Pinelas", como também era conhecido o seu progenitor, foi herdada de seu avô paterno, pelo facto de, em pequeno, ser parecido com um indivíduo com aquele nome que vivia em Azaruja,
sua terra natal, na época denominada por Vila Nova de Príncipe.
Apesar de ter nascido em Évora e vivido na Freguesia de Santo Antão quase toda a sua vida,
foi baptizado em Almada, uma vez que o seu pai trabalhava, ocasionalmente, naquela Cidade por falta de trabalho na sua profissão de corticeiro na Capital do Alto Alentejo.
Ficou órfão de mãe com a idade de 18 meses, tendo sido, por esse motivo, criado com a tia Umbelina, que lhe dedicou o carinho de uma mãe, ou não fosse sua tia materna, com quem viveu até se casar em 1947 com Celeste de Jesus Martinho.
Por isso encontra-se casado há sessenta e seis anos, uma longevidade matrimonial digna de registo e que deverá servir de exemplo para todos, quaisquer que sejam as idades e situações socio-económicas.
Fez a instrução primária nas Escolas de Santo Antão e São Mamede, onde teve como companheiro de
carteira, Túio Espanca, com a particularidade de trocarem ou fazerem a meias os trabalhos escolares.
Túlio Espanca fazia os desenhos devido às suas qualidades de desenhista, enquanto o Alberto (Pinelas) fazia os de aritmética.
Após o exame de instrução primária e de admissão não prosseguiu os estudos, por falta de condições financeiras, pelo que foi trabalhar para a Fábrica de Cortiça do Mascarenhas, situada no Largo dos
Penedos, com o pai e, por coincidência, com o que seria seu sogro.
Trabalhava no 1º. andar da Fábrica de onde observava todos os movimentos que se realizavam no
Pátio da então recente Escola dos Padres na Horta do Leitão.
Apesar de não ser católico praticante, ia com frequência à Missa, a fim de participar nos jogos que se realizavam após a Eucaristia com bola de cautchu.
Trabalhou na Indústria Corticeira, até aos dezoito anos na Fábrica do Mascarenhas e a partir daquela idade até aos sessenta anos na Fábrica do Artur Ferreira, situada no Rossio onde hoje se encontra o Hotel Dom Fernando.
Depois entrou para a Câmara Municipal de Évora, como servente, tendo-se reformado aos setenta anos como ferramenteiro.
Para além destes empregos, e para ajudar o orçamento do seu agregado familiar, também foi vendedor de bebidas na Praça de Touros, aquando dos espectáculos taurinos e outros.
O casal "Pinelas" tem três filhos, teve três netos, tem um bisneto e vem a caminho uma bisneta.
Futebolisticamente foi jogador do Juventude Sport Clube, o clube da sua simpatia, de que publicamos o cartão da Federação Portuguesa de Futebol, referente à licença nº. 16688 da época de 1939/40, o único que ainda conserva.
Também jogou no Sport Lisboa e Évora e em clubes populares, nomeadamente no Grupo Desportivo da Fábrica de Cortiça do Artur Ferreira, de que publicamos duas fotos, com a curiosidade desta equipe possuir dois equipamentos diferentes, como se fossem alternativos e que adoptaram para substituírem as camisolas brancas inicialmente usadas.
Continuando, dizemos que, dos chamados Clubes Grandes do Futebol Português (Benfica, Sporting e Belenenses), é simpatizante do clube da Cruz de Cristo, simpatia que se tornou mais forte, aquando da passagem por Évora da caravana dos azuis de Belém, após a vitória em Elvas com a conquista do Campeonato Nacional da 1ª. Divisão.
Continua, apesar da bonita idade, a ser frequentador assíduo do Largo das Alterações e da Praça de Giraldo, embora em relação à sala de visitas da Cidade, menos vezes do que era habitual.
Terminamos desejando as maiores felicidades ao casal "Pinelas", com votos de longa vida e, que o Amigo "Pinelas", aposentado há vinte e nove anos, continue a vivê-la à sua maneira.
ARMANDO RIBEIRO
Sebastião Lucas da Fonseca, conhecido futebolisticamente como Matateu, foi um dos melhores jogadores do Clube de Futebol "Os Belenenses" e de Portugal, podendo até afirmar-se que continua e continuará a ser um dos símbolos e ídolos dos Azuis de Lisboa.
Deixou Moçambique e o 1º. de Maio, o clube que representava em Lourenço Marques (actual Maputo), no ano de 1951, com 24 anos de idade, para ingressar no Clube de Futebol "Os Belenenses", tendo-se tornado, desde logo, uma referência do clube da Cruz de Cristo, até porque no seu 1º. jogo para o Campeonato Nacional da 1ª. Divisão, os Azuis de Belém venceram o Sporting Clube de Portugal por 4-3 com dois golos de sua autoria.
Nesse histórico jogo o Belenenses apresentou a seguinte formação: José Sério; Raul Figueiredo e Serafim das Neves; António Castela, António Feliciano e Inácio Rebelo; Mário Rui, José Pedroto, Francisco André, Matateu e Luís Narciso.
Pela sua excelente exibição foi vitoriado e passeado aos ombros por sócios e simpatizantes "Belenenses" até à Rua da Junqueira.
Em Moçambique era funcionário da Administração de Magude (Província do Alto Limpopo) como dactilógrafo, onde vivia também, António Simões por estudar naquela Localidade.
Por isso e devido à profissão de seu pai deslocava-se com alguma frequência ao local de trabalho do dactilógrafo Sebastião Lucas da Fonseca, que o ensinou a escrever à máquina, a fim de que o então pequeno António Simões não perturbasse Matateu nos seus afazeres, tendo dessa forma resolvido a situação.
Passado um ano, da vinda de Matateu para a Metrópole, António Simões fixa residência em Évora, em virtude de ter vindo estudar para o Colégio Nuno Álvares, pelo que quando "Os Belenenses" jogavam na Capital Alentejana ia sempre cumprimentar o Sr. Lucas, como o tratava naquela Província Ultramarina.
Na 1ª. vez que Matateu jogou em Évora, António Simões para lhe falar pediu ao Director do Lusitano, Sr. Filipe dos Santos, que por sua vez solicitou autorização a um dos Diectores do Belenenses para que o deixasse ir à cabine, o que veio a suceder.
Ao abrir-se a porta "Matateu" não só o reconheceu, como disse textualmente: "MININO" , em virtude de ser assim que o tratava em Magude.
Estes e outros acontecimentos, segundo nos disseram vão constar no Livro de Memórias de Matateu a ser editado pela sua filha Argentina Fonseca, que actualmente é a Directora do Museu do Belenenses.
Para os menos conhecedores informamos que o nome Argentina resulta do facto de ter nascido, no dia 28 de Novembro de 1954, quando a Selecção Portuguesa, de que Matateu fazia parte, na sua sexta internacionalização, defrontava a Selecção das Pampas.
Muito teríamos para dizer , contudo como o principal motivo desta crónica foi o de contar um dos muitos feitos e curiosidades do cidadão Sebastião Lucas da Fonseca, pelo que oportunamente dedicaremos um outro artigo com apontamentos sobre a sua vida futebolística.
ARMANDO RIBEIRO
Em seguimento da informação prestada, em devido tempo, procedemos hoje à divulgação da Rubrica "Estórias da Nossa História" transmitida na Hora do Juventude, através da Rádio Telefonia do Alentejo em 16 deste Mês.
- Como dissemos nas duas últimas Rubricas "Estórias da Nossa História", o Seta União Futebol foi, um dos clubes, que ao extinguir-se deu origem à fundação do Juventude Sport Clube.
De acordo com as nossas pesquisas, dizemos que entre as décadas de 10 e 20 do século passado, era com frequência que desapareciam clubes e apareciam outros em sua substituição.
Neste contexto no ano de 1917 foi fundado por Grimaldo Fernandes, que antes tinha feito parte do Évora Sport, o Seta União Futebol.
Um animoso agrupamento, como então se disse, apesar de ter sido considerado pequeno, com a curiosidade do seu fundador nunca ter jogado no clube, como é salientado por Gil do Monte no livro "Subsídios para a História do Futebol em Évora".
O seu baptismo foi efectuado sob as arcadas da Praça de Giraldo, junto ao estabelecimento dos Grandes Armazéns do Chiado (onde actualmente funciona o Montepio Geral), pelo desportista José Vicente de Carvalho, conhecido por José Guedelha.
Antes de terem sede própria, na Rua das Fontes nº. 50, reuniam-se na casa de António Balão no Largo Nossa Senhora da Consolação.
O Programa a "HORA DO JUVENTUDE" que vai para o Ar todas as quartas feiras em directo das 19 e as 20 horas na Rádio Telefonia do Alentejo passa agora a ser repetido às quintas feiras das 21 às 22 horas.
O Programa pode ser ouvido na frequência dos 103,2 FM com apresentação de Joaquim Oliveira.
ARMANDO RIBEIRO
Desde o passado dia 18 de Setembro que na Hora do Juventude, transmitida à Quarta-Feira entre as 19 e as 20 horas na Rádio Telefonia do Alentejo, que faz parte da mesma uma Rubrica denominada: "Estórias da Nossa História".
Mais informamos que quando julgarmos de interesse para os nossos leitores procederemos à sua divulgação, como é o caso da que foi transmitida no passado dia 2.
- Na rubrica de 18 de Setembro "Estórias da Nossa História" dissemos que o Juventude Sport Clube foi fundado após a extinção do Sport Clube da Graça e do Seta União Futebol, pelo que em virtude de pouco se ter dito e escrito destes dois clubes vamos divulgar o que conhecemos acerca dos mesmos.
Começamos por falar do Sport Clube da Graça que como facilmente se compreende o nome encontra-se relacionado com o Largo da Graça, à data, um dos locais mais característicos da Cidade, onde se aglomeravam muitos rapazes, por ser bastante populoso, apesar de relativamente pequeno.
Ali se reuniam desde os estudantes aos empregados do comércio e da indústria, bem como de outras profissões até aos que andavam de pé descalço como frisa Gil do Monte no seu Livro "Subsídios para a História do Futebol em Évora".
Tal como em toda a Cidade também os frequentadores do Largo não ficavam indiferentes ao desporto da bola.
Assim e após várias reuniões no adro da Igreja do Convento de Nossa Senhora da Graça sobre a escuta atenta dos "Meninos da Graça", que se chamam, segunda se diz: Gaspar Olhais, Guilherme da Graça, Martinho Chinchorro e Sancho Martelo.
Mais tarde as reuniões foram em casa do Sr. Frederico na Rua Cardeal Rei nº. 10, pai de dois dos que seriam fundadores e jogadores do clube.
A fundação concretizou-se quando decorria o ano de 1913 e a sua vida prolongou-se até ao ano de 1918, tendo sido seus fundadores: José dos Santos Reis que foi o seu padrinho, Alfredo Henriques, Amílcar, José Maria Machado, Victor Morais, Manuel Albergaria Seixas, José João do Monte, Jacinto Carlos de Brito e Jaime Henriques Caldeira.
De salientar que Victor Morais foi o primeiro Presidente de Direcção do Juventude e que José Maria Machado foi um dos emblemáticos Juventudistas, não só como sócio, mas também como dirigente e por ter feito parte de diversas comissões do Juventude nomeadamente de obras.
Continuando dizemos que o Sport Clube da Graça começou por ser dirigido por uma comissão directiva com a composição que passamos a citar:
Manuel Albergaria Seixas (Presidente), José Maria Machado (Secretário), Celestino Taborda (Tesoureiro) e José João do Monte e Jaime Henriques como vogais.
Primeiramente o clube usava blusa branca com gola e punhos azuis e mais tarde blusa vermelha com bolso azul e calção branco que eram confeccionados pela mãe de Alfredo e Jaime Henriques.
Terminamos dizendo que o clube extinguiu-se em meados de 1918, apesar de José dos Santos Reis, com mais alguns elementos, terem tentado a sua reorganização, o que não veio a acontecer.
ARMANDO RIBEIRO
Vai realizar-se no próximo dia 2 de Novembro em DONOSTI/SAN SEBASTÁN,
numa organização de Colpe - "Coleccionismo de Postales de EStadios" sediada em Barcelona,
uma REUNIÃO DE COLECCIONISMO FUTEBOLISTICO
no Hotel Silken Amara Plaza situado na Plaza PioXII
com o seguinte programa:
10,00 Horas - Entrega de credenciais aos participantes
10,10 às14,00 - Horas - Intercâmbios
14,30 - Almoço no Restaurante del Hotel- Bistro
17,00 - Horas - Após os últimos intercâmbios
Colóquio Coleccionista
Como é hábito em reuniões semelhantes espera-se um grande número de trocas entre os participantes.
ARMANDO RIBEIRO
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