HOMENAGEM AO COLECCIONADOR MANUEL BARBOSA FERREIRA LEÃO
Com a idade de 68 anos faleceu no passado dia 25
na Casa da Quinta do Fundo em Parada de Todeia
o Coleccionador Manuel Barbosa Ferreira Leão,
vitima de um incêndio que deflagrou na sua Residência.
De acordo com as informações que nos foram fornecidas
o incêndio aconteceu de madrugada e, o fogo terá sido
ateado pelo seu caseiro e inquilino que terá agido para se vingar da ex-mulher, de quem se tinha divorciado.
A casa onde Manuel Barbosa Ferreira Leão vivia, um Palacete de 1625, antiga propriedade do seu tio avô D. António Barbosa Leão, era uma construção antiga de pedra e cal e, também de tabique e madeira tendo sido apenas reformulada, para além das pequenas obras, por duas vezes, nos anos de 1737 e 1906, sendo a maior parte do mobiliário do tempo da fundação, tal como alguns livros da Biblioteca.
A Residência tinha também uma Capela de pequena dimensão na entrada, mas muito interessante em nossa opinião, pelo simbolismo que representava.
O Coleccionismo Português perdeu um dos seus principais e mais Carismáticos Coleccionadores, quer na Forma de Coleccionar como no Conteúdo.
Por várias vezes esteve em Évora, uma vez que era frequentador habitual das Feiras de Trocas de Coleccionismo que se realizaram durante muitos anos na nossa Cidade.
Figura Típica apresentava-se muitas vezes vestido com tradicionais trajes da sua Região ; como por exemplo - Chapéu de Aba Larga , Colete a condizer e Socas de Madeira ou com o seu característico papillon.
Foi ele que em entrevista concedida à Rádio Renascença em Janeiro de 1982 propôs que as Feiras de Trocas se realizassem noutras Localidades e, não só em Lisboa e no Porto, como até aquela data acontecia.
Foi também ele que teve a iniciativa das homenagens que foram prestadas ao Coleccionador Eborense Joaquim Mendes e a Jorge Rouxinol, que embora sendo natural de Coruche considerava Évora a sua segunda Terra.
Na homenagem prestada a Jorge Rouxinol realizada em Évora no dia 20 de Maio de 2006, para além da sua presença deslocou-se à nossa Cidade uma Representação de oito pessoas de Parada de Todeia, chefiada por Álvaro Pinto Presidente da Junta de Freguesia de Parada de Todeia, por ter sido Manuel Leão o Homem da iniciativa.
Manuel Barbosa Ferreira Leão era um dos maiores Coleccionadores de Miniaturas de Garrafas do nosso País e, era uma pessoa muito estimada não só em Parada de Todeia, mas também no Porto onde exerceu a sua actividade profissional e, no meio Coleccionista, uma vez que enquanto a saúde o permitiu marcava presença em todas as Feiras de Trocas de Coleccionismo.
Por várias vezes estivemos em Parada de Todeia com outros Coleccionadores e aquando da Homenagem que lhe foi prestada pela Junta de Freguesia em 9 de Setembro de 1990 por ser um dos principais, senão mesmo o principal divulgador de Parada de Todeia nos úlimos quarenta anos.
Para além da perda de Manuel Leão e do seu cunhado Fausto Borges foi também destruida a habitação e recheio, bem como o Espólio das suas colecções de miniaturas de garrafas, Livros, muita documentação e o Livro de Honra da Casa do Fundo destinado a assinalar algumas visitas aquele Local.
Fomos dos que tivemos a honra de assinar por duas vezes o referido livro, sendo uma quando recebeu em sua casa um grupo de coleccionadores, de que faziam parte quatro Eborenses e, aquando da Homenagem pela Junta de Freguesia de Parada de Todeia.
Ao Coleccionador que se intitulava " O Leão do Norte" e muito especialmente ao Amigo prestamos a nossa sentida e sincera Homenagem, desfolhando uma pétala de saudade com desejos que descanse em paz.
ARMANDO RIBEIRO
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O Cantinho das Colecções de António Abrantes comemorou recentemente o 5º. Aniversário, tendo inaugurado simultaneamente a sua nova sede na Rua General Póvoas.
O Coleccionador de Manteigas, considerado justamente o maior do Concelho, tem como lema divulgar e incentivar o Coleccionismo, principalmente junto dos Jovens.
Por isso e entre outras iniciativas já realizou 15 Encontros de Coleccionadores em Manteigas, estando já marcado para os dias 13 e 14 do próximo Mês de Março, o do Ano de 2011.
Oportunamente daremos mais informações sobre o acontecimento.
Entretanto informamos que o Vale Glaciar do Zêzere faz parte das 3 Finalistas na Categoria Grandes Relevos das 7 Maravilhas de Portugal.
ARMANDO RIBEIRO
ESPERANÇA PERDIDA EM ACIDENTE
Faz cinquenta anos no próximo dia 17 deste Mês de Julho que, faleceu o Jogador Senior do Juventude Sport Clube "Francisco José Mira", uma esperança do Futebol Português, quando se dirigia com outros colegas pela Estrada de Redondo para o Acampamento onde se realizavam Exercícios Militares.
Francisco José Mira a quem a morte traiçoeira, ceifou uma vida aos 20 anos de idade, numa curva de estrada pondo termo a uma auspiciosa carreira, deixou triste uma Cidade que sempre o acarinhou.
A sua morte deixou muita saudade e causou uma grande consternação, uma vez que o Mira, como toda a gente o conhecia, era bastante popular, não só devido à profissão que exerceu de Boletineiro dos CTT, como também pela sua maneira de ser ao apresentar sempre um sorriso nos lábios.
Era seu hábito característico andar radiante, trauteando uma canção da sua preferência e, enrolando ou desenrolando com o dedo indicador a corrente do porta chaves que usava e era moda naquela época, gestos do agrado dos Eborenses e, por isso muito apreciados.
Ao comemorarem-se 50 anos da sua morte, como homenagem e em sua memória, bem como dos atletas que ao longo dos anos têm sucumbido. em iguais ou em outras circunstâncias publicamos uma foto da Equipa de Juniores do Juventude Sport Clube Campeã Regional, de que fez parte.
A foto foi tirada no Estádio 1º. de Maio de Montemor-o-Novo no dia da finalíssima do Campeonato de Juniores da Época de 1956/57, disputada com o Lusitano e que terminou com a Vitória dos Juventudistas por 2-1.
Lusitano que segundo se dizia seria o destino de Francisco José Mira na Época que se avizinhava, possibilitando-lhe não só uma melhor estabilidade financeira, como concretizar um aperfeiçoamento e respectiva evolução das suas qualidades futebolísticas, uma vez que os Lusitanistas disputavam então a 1ª. Divisão Nacional.
Como complemento de informação dizemos que apenas se inscreveram para disputar o referido Campeonato de Juniores as Equipas do Lusitano e do Juventude.
Apesar disso foi bastante interessante e vivido com emoção, pelo valor das Equipas, o que originou que fossem necessários quatro jogos para se encontrar o Campeão Regional, em vez dos dois inicialmente previstos.
No primeiro jogo disputado no Campo Estrela a vitória sorriu ao Lusitano por 1-0.
No segundo jogo no Sanches de Miranda venceu o Juventude por 2-1.
O terceiro jogo disputou-se novamente no Sanches de Miranda e o resultado final cifrou-se num empate a 3 golos.
Em face deste resultado foi necessário quarto jogo que constituíu uma finalíssima, tendo sido disputado no Estádio 1º. de Maio em Montemor-o-Novo, perante muito público que se deslocou de Évora por estar uma manhã muito agradável, por gente de Montemor-o-Novo e por ser um Juventude-Lusitano.
O resultado foi favorável aos Juventudistas por 2-1, após um jogo disputadíssimo em que os que se deslocaram ao 1º. Maio não deram o tempo por mal empregue, uma vez que as Equipas proporcionaram um excelente espectáculo de futebol.
ARMANDO RIBEIRO
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Carlos Francisco Carvalho Falé, conhecido nos meios futebolísticos por Carlos Falé ou simplesmente Falé, nasceu no dia 11 de Junho de 1933 na Vila de Redondo, nome que está relacionado com o Penedo Redondo que existiu no primeiro muramento medieval, a pouco mais de trinta quilómetros de Évora, Cidade onde está radicado há mais de meio século.
Sendo filho de um Oleiro terá sido moldado habilmente como se tratasse de uma obra de arte das extraordinárias e bem conhecidas Olarias da Vila Redondense
Por outro lado confirmou o velho adágio popular "Se queres obra perfeita manda-a fazer de barro em Estremoz, Redondo ou São Pedro do Corval (antiga Aldeia do Mato).
Por isso as suas qualidades foram bem definidas tanto como homem como no que diz respeito às futebolísticas, podendo afirmar-se que foi um dos bons defesas que o nosso País conheceu ao longo dos anos.
Em 1950/51 ingressou no Lusitano Ginásio Clube como Júnior e, ao mesmo tempo como era sapateiro de profissão, nas horas vagas arranjava as botas das várias equipas do clube.
Na categoria de Juniores não chegou a aquecer o lugar, uma vez que rapidamente passou a fazer parte da Equipa Principal, juntando-se dessa forma a jogadores que bem pouco tempo antes eram os seus ídolos.
Convém contudo dizer que na sua vinda para o Lusitano muito contribuiu Domingos Morais o "BESNICA" , um dos fundadores em 11/11/1911 do Lusitano Futebol Clube, nome que foi alterado em 1925 para o actual Lusitano Ginásio Clube e, de Filipe dos Santos, comerciante na Praça de Giraldo, bem relacionado e influente nos meios Lusitanistas.
Como atrás dissémos a acção de Domingos Morais foi preponderante por ser uma pessoa conceituada na Terra e em quem os próprios pais de Falé confiavam por que se assim não fosse talvez tivesse sucedido o mesmo que na época anterior.
É verdade como curiosidade dizemos que um ano antes de ingressar no Lusitano esteve para ser inscrito pelo Juventude, tendo estado inclusivamente durante uma semana em Évora através do Director do Juventude Alberto Forinho, proprietário de uma Barbearia ao cimo da Rua Romão Ramalho onde hoje se situa o Salão de Cabeleireiro Costa e Valente.
Contudo tal não se concretizou pelo facto dos tempos serem diferentes dos de hoje e os seus pais não conseguirem passar sem o seu filho, nomeadamente a sua mãe, pelo que regressou ao Redondo, o que não se verificaria no ano seguinte, pela tal influência de Domingos Morais.
Por vários motivos, em especial devido às Leis do Futebol de então, permaneceu no Lusitano até se transferir para o Grupo União Sport de Montemor-o-Novo, já no final de carreira, o que certamente fez com que não tivesse tido maior projecção quer no futebol nacional como além fronteiras, apesar disso foi Internacional Militar por diversas vezes.
Contudo ainda envergou a Camisola do Sporting Clube de Portugal, O Clube da sua preferência dos chamados grandes do Futebol Português aquando da inauguração do Estádio José Alvalade em 10 de Junho de 1956, defrontando o Clube Regatas Vasco da Gama com vitória dos Brasileiros por 3-2.
Falé tinha sido operado ao menisco na época anterior, tendo sido feita a respectiva recuperação em Lisboa com o conceituado massagista do Sporting Clube de Portugal " O Grande Manuel Marques".
Por isso ter aceite de bom agrado o convite que lhe foi endereçado pelo Clube Leonino, para fazer parte da Equipa, com o aval e autorização do Lusitano, tal como sucedeu com Fernando Cabrita em relação ao Sporting Clube da Covilhã.
Depois de sair do Lusitano jogou duas épocas no União de Montemor-o-Novo conseguindo levar o Clube do Regional à 3ª. Divisão após se sagrar Campeão Distrital da Associação de Futebol de Évora.
Como Treinador apesar de ter sido curta a sua carreira ainda conseguiu ser Campeão Distrital da Associação de Futebol de Évora com "O Calipolense" - Clube Desportivo de Vila Viçosa, na Época de 72/73 com a consequente subida à 3ª. Divisão Nacional.
Posteriormente treinou os Juniores do Lusitano Ginásio Clube, onde deu por finda esta sua carreira futebolística.
Para finalizar dizemos que Falé continua ligado ao Lusitano e, directa ou indirectamente ao Futebol e à Cultura ao preservar a história do Clube , organizando e recuperando todo o espólio que consegue relacionado com o mesmo.
Por isso tem nas instalações do clube um Pequeno Museu que para além do valor material tem um valor estimativo incalculável , a que certamente os seus vindouros não ficarão alheios.
A terminar desejamos que outras pessoas quaisquer que sejam os Clubes ou Associações a que pertençam sigam o seu exemplo.
Exemplo que também se encontra na sua história futebolística ao não ter sido castigado durante as dezasseis épocas que jogou, tendo por isso recebido, entre outras distinções, duas medalhas da Federação Portuguesa de Futebol e uma da Associação de Futebol de Évora.
Também fez parte das Equipas do Lusitano que disputaram cem jogos sem sofrer castigos, sendo atribuída ao Clube a Taça Correcção, que por coincidência foi entregue a Carlos Falé como Capitão de Equipa.
Armando Ribeiro
http://acribeiro.blogs.sapo.pt
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