Sebastião Lucas da Fonseca, conhecido futebolisticamente como Matateu, foi um dos melhores jogadores do Clube de Futebol "Os Belenenses" e de Portugal, podendo até afirmar-se que continua e continuará a ser um dos símbolos e ídolos dos Azuis de Lisboa.
Deixou Moçambique e o 1º. de Maio, o clube que representava em Lourenço Marques (actual Maputo), no ano de 1951, com 24 anos de idade, para ingressar no Clube de Futebol "Os Belenenses", tendo-se tornado, desde logo, uma referência do clube da Cruz de Cristo, até porque no seu 1º. jogo para o Campeonato Nacional da 1ª. Divisão, os Azuis de Belém venceram o Sporting Clube de Portugal por 4-3 com dois golos de sua autoria.
Nesse histórico jogo o Belenenses apresentou a seguinte formação: José Sério; Raul Figueiredo e Serafim das Neves; António Castela, António Feliciano e Inácio Rebelo; Mário Rui, José Pedroto, Francisco André, Matateu e Luís Narciso.
Pela sua excelente exibição foi vitoriado e passeado aos ombros por sócios e simpatizantes "Belenenses" até à Rua da Junqueira.
Em Moçambique era funcionário da Administração de Magude (Província do Alto Limpopo) como dactilógrafo, onde vivia também, António Simões por estudar naquela Localidade.
Por isso e devido à profissão de seu pai deslocava-se com alguma frequência ao local de trabalho do dactilógrafo Sebastião Lucas da Fonseca, que o ensinou a escrever à máquina, a fim de que o então pequeno António Simões não perturbasse Matateu nos seus afazeres, tendo dessa forma resolvido a situação.
Passado um ano, da vinda de Matateu para a Metrópole, António Simões fixa residência em Évora, em virtude de ter vindo estudar para o Colégio Nuno Álvares, pelo que quando "Os Belenenses" jogavam na Capital Alentejana ia sempre cumprimentar o Sr. Lucas, como o tratava naquela Província Ultramarina.
Na 1ª. vez que Matateu jogou em Évora, António Simões para lhe falar pediu ao Director do Lusitano, Sr. Filipe dos Santos, que por sua vez solicitou autorização a um dos Diectores do Belenenses para que o deixasse ir à cabine, o que veio a suceder.
Ao abrir-se a porta "Matateu" não só o reconheceu, como disse textualmente: "MININO" , em virtude de ser assim que o tratava em Magude.
Estes e outros acontecimentos, segundo nos disseram vão constar no Livro de Memórias de Matateu a ser editado pela sua filha Argentina Fonseca, que actualmente é a Directora do Museu do Belenenses.
Para os menos conhecedores informamos que o nome Argentina resulta do facto de ter nascido, no dia 28 de Novembro de 1954, quando a Selecção Portuguesa, de que Matateu fazia parte, na sua sexta internacionalização, defrontava a Selecção das Pampas.
Muito teríamos para dizer , contudo como o principal motivo desta crónica foi o de contar um dos muitos feitos e curiosidades do cidadão Sebastião Lucas da Fonseca, pelo que oportunamente dedicaremos um outro artigo com apontamentos sobre a sua vida futebolística.
ARMANDO RIBEIRO
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