COMPARAR
O QUE NÃO TEM COMPARAÇÃO
Após a realização do jogo Irlanda - Portugal, cujas imagens transmitidas pela Televisão não tivemos oportunidade de ver em directo e, no qual Cristiano Ronaldo se destacou ao marcar três golos, ultrapassando desta forma o número de golos marcados por Eusébio, para além de ter efectuado uma excelente exibição, que por certo recordará para sempre, muitas conversas têm surgido sobre quem é o melhor marcador e até o melhor jogador de sempre.
Pela nossa parte dizemos que não se deve comparar o que não tem comparação, uma vez que actuaram em épocas diferentes com sistemas e tácticas também diferentes, havendo ainda a considerar o número de jogos disputados, bem como as selecções que defrontaram.
As condições de trabalho entre as respectivas épocas eram bastante inferiores desde os transportes aos alojamentos sem esquecer os meios e serviços clínicos, bolas, botas e relvados quando existiam.
Por isso julgamos que no que diz respeito ao marcador a designação mais correcta será "marcador de maior número de golos", dado que quanto a nós o melhor marcador deverá ser o que apresenta a melhor média por jogo, confirmando o velho adágio popular: "quem faz um cesto faz um cento desde que tenha verga e tempo".
Nesta conformidade compreendemos o que disse Eusébio ao afirmar que ficou triste porque não se pode fazer comparação, confessando tristeza pelo que tem sido dito sobre o número de tentos marcados por Cristiano Ronaldo, sublinhando que as condições em que os dois marcaram os golos são ou foram totalmente diferentes.
A sua reacção torna-se lógica e compreensível porque este exemplo alarga-se às mais variadas situações quaisquer que sejam os acontecimentos.
Dado que se em relação a Cristiano Ronaldo se fala do Irlanda - Portugal, pelos três golos marcados, no que diz respeito a Eusébio recordo apenas e como exemplo dois dos muitos jogos em que foi a estrela maior do encontro, sendo um pela Selecção e outro pelo Benfica.
Mundial de 1966 em Inglaterra:
Jogo disputado no Goodison Park em Liverpool contra a Coreia do Norte no dia 23 de Julho de 1966 em que Portugal venceu por 5-3 depois de estar a perder aos vinte e cinco minutos por 3-0. Foi um festival de Eusébio ao marcar quatro dos cinco golos, como assinalaram todos os órgãos de informação.
Saliente-se ainda que durante os 64 jogos que envergou a camisola das quinas fê-lo sempre com correcção, pelo que não sofreu qualquer advertência sancionada com cartão amarelo ou vermelho.
Taça dos Campeões Europeus:
A final da Taça dos Campeões Europeus disputada no Estádio Olímpico de Amesterdão no dia 2 de Maio de 1962 em que o Benfica venceu o Real Madrid por 5-3 sagrando-se bicampeão europeu.
O Real Madrid esteve a vencer por 2-0 e o Benfica deu a volta com golos de José Águas, Cavém, Mário Coluna e Eusébio que bisou, tendo feito uma das suas grandes exibições.
Neste contexto torna-se ainda mais difícil escolher quem é o melhor jogador de sempre, tanto mais que grande parte não viu actuar muitos dos jogadores de grande craveira, quer ao vivo como através da Televisão pelo facto de serem poucas as transmissões, para além das posições e funções em que actuaram de acordo com os interesses das respectivas equipas.
Ao acaso e sem qualquer critério recordo uma dezena entre muitos que podia mencionar: Germano, Pinga, José Travassos, Hernâni, Vctor Damas, José Maria Pedroto, Fernando Mendes, Carlos Gomes, Matateu e Mário Coluna.
Por tudo isto e muito mais que havia para dizer é difícil e quase impossível pela forma de jogar e sistemas utilizados nas várias épocas quem é ou foi o Melhor Jogador de sempre.
Para terminar dizemos que tanto Eusébio como Cristiano Ronaldo e alguns dos que atrás mencionámos entre outros, bem como Figo e Futre dos mais recentes podem ser justamente considerados como dos melhores jogadores de sempre não só a nível nacional como mundial, o que como Português muito nos orgulha.
ARMANDO RIBEIRO
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