Terça-feira, 6 de Fevereiro de 2018

DOSSIER ESTÁDIOS DE FUTEBOL

Publicou o Jornal A BOLA no dia 24 de Dezembro de 2017 um Dossier de seis páginas com 61 histórias, biografias e imagens dos homens que dão nome aos Estádios Portugueses.

De entre os quais, consta o Estádio Sanches de Miranda (número 51 do dossier), do Juventude Sport Club vulgarmente conhecido por Juventude de  Évora.

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Por isso, para uma mais completa informação sobre o mesmo, publicamos a notícia de nossa autoria, para a Hora do Juventude, transmitida na RTA (Rádio Telefonia do Alentejo) em  6 de Novembro de 2013) sob o título "Estórias da Nossa História"

«Tal como qualquer pessoa deseja e sente necessidade de ter uma casa para viver com o seu agregado familiar, também o Juventude sentiu necessidade de possuir um campo para a prática de desporto, não só futebol, mas também outras modalidades e actividades dos seus sócios e simpatizantes.

A pretensão baseava-se no facto de, com espaço próprio, possuir melhores condições de trabalho para formar equipes, sem esquecer ao mesmo tempo a formação de homens e mulheres que se integrassem, numa sociedade que fosse digna para todos.

Por isso, quando nos encontramos a menos de um mês de se comemorar o 85º. aniversário da inauguração do Estádio Sanches de Miranda, vamos hoje falar dessa efeméride na Rubrica

"ESTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA"

Começamos por dizer que inicialmente o Rossio de São Brás era o parque de jogos da Cidade.

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Depois foi construído um campo, junto à Quinta da Malagueira que, no entanto, teve pouca duração, porque os proprietários do terreno, não admiravam as práticas desportivas.

Por esse motivo o Ateneu Desportivo Eborense terraplanou um terreno e construiu um rectângulo de jogo que foi posteriormente designado por Campo Estrela, com vantagens e desvantagens para os restantes clubes que não possuíam campo de jogos, como era o caso do Juventude.

Em face disso o Juventude procedeu à aquisição de um terreno a que se seguiu a construção do campo para tornar realidade um dos seus sonhos

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021 (1).jpg

À data existia uma fábrica de cortiça na Estrada de Viana pertença de Sebastião Cerveira.

Por dificuldades financeiras resolveu pôr à venda o terreno que possuía, dando conhecimento do facto a Augusto Mendes que sabendo o que o Juventude pretendia alvitrou a sua venda ao clube.

Por isso Sebastião Cerveira entrou em contacto com a direcção chegando a acordo da verba com a condição de ser pago em prestações, através do aceite de letras.

Como Sebastião Cerveira era director do Banco do Alentejo, foram os aceites descontados neste Banco.

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Florival Sanches de Miranda ao ter conhecimento da situação e sabendo das dificuldades do clube para satisfazer atempadamente o compromisso assumido, chamou a direcção do Juventude, dizendo-lhes que as letras seriam debitadas na sua conta nas datas dos respectivos vencimentos, ficando ele credor do clube.

Para além disso não só se responsabilizou pela dívida perante o Banco, como perdoou algumas letras e suportou parte das despesas efectuadas com a construção do campo.

A escritura da aquisição do terreno foi efectuada em 3 de Fevereiro de 1930, portanto em data posterior à inauguração do campo.

A respectiva inauguração foi devidamente programada para o dia 2 de Dezembro de 1928, data 

 em que se comemorava o 10º. Aniversário da fundação do clube, constituindo o acontecimento uma data muito importante para a  vida do Juventude e para a própria Cidade de Évora.

As festividades começaram, nesse Domingo, bem cedo com os foguetes, como se fosse a águia do emblema a esvoaçar, subindo no espaço com efeitos e reflexos no horizonte numa demonstração clara de alegria, não só para os Juventudistas, mas também para todos os que viam na obra o engrandecimento da própria Cidade.

 E muito especialmente para os que estando desde a primeira hora na sua construção começavam a ver o produto do seu trabalho ser coroado de retumbante êxito.

Contudo, como não há bela sem senão, aconteceu o inesperado quando perto da hora aprazada para a chegada à Estação de Caminho de Ferro de Évora, os promotores do evento tiveram conhecimento que o comboio que trazia os componentes da Equipe da União Futebol Clube Comércio Indústria ainda não tinha saído do Barreiro.

Os organizadores ficaram num estado de verdadeira desilusão, e não era para menos, uma vez que mesmo que se conseguisse, à própria da hora, uma outra equipe, era como vulgarmente se diz: "sopas depois de almoço"

No entanto como após a tempestade vem a bonança, depois das 13 horas

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Foi recebido com muita satisfação e alegria um telegrama, cujo texto passamos a citar:

«FAVOR PREVENIR JUVENTUDE QUE SEGUIMOS CAMINHO DE FERRO O COMBOIO PARTIRA DO BARREIRO DEPOIS DAS 12 HORAS»

cf-.barreiro.JPG

A alegria, como fàcilmente se compreende, foi enorme e pouco tempo depois é organizado o cortejo em que várias colectividades com os respectivos estandartes se fizeram representar, bem como a Banda da Escola do Grupo de Amadores de Música Eborense que executou, diversos trechos musicais, durante o trajecto desde a Séde até ao Campo, passando pela Praça de Giraldo e Rua da República.

No cortejo pela seguinte ordem: Bombeiros, Amadores, Empregados do Comércio, Pedreiros, Associações de Classe, Mocidade Eborense, Joaquim António de Aguiar, Escola Industrial, Imprensa, representantes de algumas agremiações e individualidades e, por último os Estandartes do Luzitano, Juventude e Sporting Clube Eborense, seguindo-se a Banda dos Amadores e muito povo, constituindo a maior manifestação desportiva que foi vista em Évora, de acordo com o noticiado pelos diversos jornais que se referiram ao acontecentecimento.

O novo campo encontrava-se profusamente embandeirado apresentando um magnífico aspecto, com uma tribuna de honra, onde as Entidades Superiores, Civis e Militares da Cidade: Governador Civil, Comandante da Região e dos Regimentos de Artilharia 1, Cavalaria 5 e Infantaria 16, este último representado pelo sr. Tenente António da Rosa, representantes da Junta Geral do Distrito, Luzitano Ginásio Clube e muitos outros tomaram lugar com a madrinha a Srª. D. Maria Antónia Vieira de Barahona.

digitalizar0040.1.jpg

Içada a Bandeira do Juventude pelo Sr. Governador Civil, teve lugar o Baptismo do Campo, tendo a madrinha dito a seguinte frase:

"CAMPO DO JUVENTUDE

EU TE BAPTIZO COM O NOME DE:

SANCHES DE MIRANDA"

Após a interessante cerimónia iniciou-se partida de futebol como complemento da inauguração do então já "Estádio Sanches de Miranda" entre as equipes de honra do Juventude e da União de Futebol Comércio e Indústria, que tinha chegado muito perto das 15 horas.

O resultado, a exemplo do que tem sucedido com grandes clubes, aquando da inauguração dos seus  estádios, terminou com uma concludente vitória do clube Setubalense por 8-1.

Á noite realizou-se um jantar de confraternização no Hotel Eborense, terminando a festa com a realização de um baile.

Também foi descerrada uma foto de Florival Sanches de Miranda. 

 

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Terminamos dizendo que o Clube da Cidade do Sado foi fundado em 26 de Junho de 1917 com o nome de União Football dos Empregados do Comércio e Indústria.

Por hoje é tudo, pelo que nos despedimos até à próxima 

Rubrica "ESTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA"

6 de Novembro de 2013

ARMANDO RIBEIRO

 

Finalmente  dizemos que por ter sido fundado em 5 de Dezembro de 1918 o Juventude comemora este ano (2018), o seu CENTENÁRIO.

ARMANDO RIBEIRO

publicado por armandoribeiro às 16:05
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