VITÓRIA, EXIBIÇÃO E GOLO
DE NADA VALERAM
É verdade nem este conjunto de três factores
ou acontecimentos difíceis de conciliar
impediram o fim prematuro da carreira
futebolística de Mário Francisco Fernandes
Escoval que nasceu a 6 de Ourubro de 1931
na Vila Alentejana de Barrancos e se
radicou há quarenta anos anos na Cidade
Algarvia de Portimão.
Mário Escoval que completou há poucos dias
as suas 81 Primaveras veio estudar para Évora
aos treze anos de idade ingressando
no Colégio Nuno Álvares a fim de frequentar
o Curso Liceal.
No Colégio encontrou todas as condições para aplicar e desenvolver as suas extraordinárias aptidões na prática desportiva.
Por isso fez parte das suas Equipas de Futebol, Voleibol, Hoquei em Patins, Ténis de Mesa, Basquetebol e Caça.
Devido ao seu valor e dos seus colegas sagrou-se Campeão Provincial por Equipas em futebol nas épocas de 1948/49, 49/50, 50/51 e 51/52.
(Equipa Campeã 49/50)
EM CIMA :- Palma, Eugénio, Mário, Alberto, Dr. Mendeiros, Padre Casquilho, Correia, Dias e Barradas
EM BAIXO:- Azevedo, Teixeira, Passos, Angelo, Belo e Arimateia.
Em Ténis de Mesa (cadetes) na época de 1950/51 e em voleibol (cadetes) nas épocas de 1949/50, 50/51 e 51/52
(Equipa Campeã em 50/51)
EM CIMA:- Prof. Mariano, Coelho Cardoso, Mário Escoval, N.N. e Dr. Mendeiros
EM BAIXO:- Eugénio, Joaquim Pegacho e João de Deus
De salientar ainda que foi nomeado chefe da Secção Desportiva do C.N.A. em 1949/50 e 50/51 e que apesar da sua média estatura era dotado de um extraordinário poder de elevação que o tornavam um excelente voleibolista como rematador quase imparável, para além de ser um exímio passador e distribuidor de jogo.
Na sua Terra Natal ensinou a prática do voleibol, tendo posteriormente formado uma Equipa que foi Campeã Distrital de Beja, conseguindo dessa forma um título na modalidade para a Vila de Barrancos.
No entanto como não há bela sem senão, no que diz respeito ao futebol, a sua carreira foi de curta duração, por ter sido interrompida após disputar o 4º. jogo com a camisola do Atlético de Moura, como referiu no cartão enviado em Março deste ano a Manuel Ferro, também antigo aluno do C.N.A., ao comentar o artigo publicado no nosso jornal nº. 11.341 de 22/10/2010, sobre o atleta de Motrinos.
Por julgarmos ser a melhor maneira de definir o que lhe sucedeu e que deu origem ao título deste artigo, transcrevemos o seu conteúdo:
"Caro amigo Ferro: Achei graça aquela parte do artigo que refere a relação desportiva com o teu pai! Foi precisamente o meu caso.
Fora a participação desportiva escolar, apenas fiz quatro jogos de futebol pelo Atlético de Moura, 2ª. divisão.
No quarto jogo o meu pai foi assistir - marquei um bonito golo. No fim do jogo o meu pai foi às cabinas e deu-me os parabéns pela exibição! Mas disse-me : ESTÁS IRRADIADO e nunca mais joguei."
Tempos e épocas com culturas e mentalidades diferentes, em que o estudo e o trabalho se sobrepunham ao desporto, quer fosse ou não o futebol, apesar de ser considerado o desporto das multidões.
Para finalizarmos e como complemento dizemos que se confirmou que não basta vencer para convencer, por se ficar indiferente ao resultado e o mesmo não contar para nada, como sucedeu com o progenitor de Mário Escoval, quando apenas se pretende aplicar a nossa vontade.
ARMANDO RIBEIRO